5 de setembro de 2016

Dirigindo

Eu tirei o carro da garagem como quem tira o time de campo sem nenhuma aparente intensão que não seja sair; fugir; ir pra longe. Engatei a marcha ré como quem analisa o histórico de incertezas e decide recomeçar. Olhei pros lados, ajeitei o retrovisor e acelerei até o fim da rua. Desviei de buracos, parei nas esquinas e respeitei a sinalização que alerta pros perigos da estrada, sobretudo sai; fugi; estou bem longe. Longe da partida, e até mesmo da chegada. Vivo acelerando e reduzindo as marchas pra fugir da fiscalização eletrônica da vida alheia e continuo dirigindo, sorrindo, me divertindo pelas estradas do viver.