2 de julho de 2016

Releitura diária

Noutro dia me peguei lendo meus textos antigos numa devoção abstrata e incógnita do consciente. Foi bom me reler. É assim que tenho reaprendido sobre mim, é como resgato minh’alma, minha essência e pragmática depois de ter-me imundado do mundo automático, da rotina e do existir. É bom reler-me de tempos em tempos. É assim que retomo as forças, o fôlego e o ego que foi ferido pela cultura do tanto faz. Esses outros dias que não me leio são infindos, vazios, me tomam o sentir. Estranho essa coisa de nos desconectarmos de nós mesmos, como se não tivéssemos o controle dos nossos sentimentos e das nossas ações que até então vivem sendo repetidas e repetidas e repetidas feito aquela cena clássica do Revolução Industrial. O saco fica tão cheio que no momento que a gente se percebe sozinho no nosso quartinho, a gente chora. Chora pra ver se sente, se arrepia e se dá sentido a existência. Por isso é sempre bom reler, rever, rejuntar a estrutura do eu-lírico, respirar fundo e reler de novo pra aguentar tudo de novo por mais um tempo.