O garoto chegou em casa correndo. Batendo tudo quanto é porta. Estava contentíssimo, com a presença do pai. Chama pelo pai, mas nada de resposta. Ficou preocupado. Foi até a cozinha. Viu um bilhete, que dizia: "Adeus! Não posso mais ficar aqui. Te amo meu filho, nunca se esqueça disso! Um abraço, de seu pai."
Desesperado, o garoto começou a chorar. Ficara tanto tempo sem um pai, e agora que o tem, ele vai embora.
Desesperado, o garoto começou a chorar. Ficara tanto tempo sem um pai, e agora que o tem, ele vai embora.
Não sabia o que fazer. Uma tristeza tomara todo o teu ser. Agora já não tinha forças. A razão de tua felicidade o abandonara mais uma vez.
Apesar de todo aquele sentimento ruim, o garoto não desistira. Tinha esperança de que seu pai voltasse. Mas decidira fazer alguma coisa. Limpou o rosto. Saiu correndo. Correu até a estação de metrô mais perto, para onde, provavelmente, seu pai teria ido.
Ao descer as escadas da estação, correu o mais rápido possível. Pulou as catracas. Viu o metrô partindo. Olhou dos lados, percebeu estar só. Desesperou-se mais uma vez. Chorou como a criança que era. Estava mais uma vez, sem seu herói. Teu pai havia o abandonado de novo.
Estava aos prantos, quando sentiu uma mão áspera e pesada, tocar-lhe o ombro. Virou-se. Era seu pai. Ele não havia lhe abandonado. Não conseguira deixar, mais uma vez, sua razão de viver.
*Pauta para 28ª edição visual, do Projeto Bloínquês.
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