Será que ele ainda não percebeu que eu estou aqui?
Á meses que eu o olho diferente. Mas parece que ele faz questão de não me perceber aqui. Parada. Olhando-o. Comendo-o com os olhos.
São pequenos passos que nos distanciam, mas que parecem léguas e léguas. Nenhuma passada de olho. Sequer a sensação de ser seguido. Afinal, sigo-o desde que meu coração respondeu à luz de seus olhos.
Aflijo-me vendo-o compondo. No fundo, tenho esperança de que a melodia seja para mim, mas no fim me sinto frustrada. A linda música que ele compunha era para outra, a sortuda.
Querido, hoje, meus pés já não me sustentam. Sua beleza é que me serve de tripé. Ao teu lado, mesmo que distante, me sinto segura.
Amo o teu jeito. O encaracolar dos teus cabelos. O jeito como você respira... Eu suspiro. Olhar-te já não me satisfaz. Preciso te tocar. Sentir tua pele, sentir que você não é um sonho, mas que sim, é de carne e osso, e que pode ser meu. Todo meu.
Deixe-me amá-lo. Deixe-me olhá-lo no fundo dos olhos. No fim, eu sei que você também se apaixonará por mim. Eu sinto isso. Nós nascemos um para o outro. Só basta nos descobrirmos mutuamente.
Sempre que te vejo assim, sozinho, com os olhos no horizonte, tenho a enorme tentação de me aproximar, de sentar-me ao teu lado, de acariciar tua face e teu cabelo. Tenho vontade de sentir teu cheiro, de fungar no teu pescoço, de beijá-lo suavemente. Eu já não consigo viver sem ti.
Deixe-me amá-lo?
Sabe "paixão", sempre que me deito penso em você. Quando adormeço, sonho com você. Quando acordo, penso novamente, tento sonhar mesmo que acordada. Tento sonhar com nossos beijos demorados, com nossas caricias nada maliciosas. Penso em você. Sonho em te ter.