3 de dezembro de 2014

Saída poética

Meio a rotina 
dos três e cinquenta
do proibido desembarcar pela porta da frente.
De gente cansada
suada
e com celular na mão.
Meio as poltronas duras
das cortinas empoeiras
e dos pescoços doloridos
de tanto contorcionismo pra cochilar.
Olhei pra cima
e vi o céu 
pela saída de emergência
ou entrada de ar
nos dias quentes 
e abafados como hoje.
Vi um céu azul
claro
com preguiça de escurecer.
Vi um céu de esperança
força
e vontade de viver.
Vi poesia 
na minha rotina
e com saudade
lembrei
de você.