E aqui começa a história de um jovem pensador contemporâneo que vive em contradição com o mundo. Seu cenário não é a universidade, mas um bar universitário, onde cerveja é a preço de banana, onde os cabelos as barbas e os batons se encontram, onde o pensador contemporâneo encontra palco pra expor seus ideais visionários e inéditos naquele dia da semana, uma terça-feira fresca e estrelada. Jovem, pensador e contemporâneo, que já viveu uns tantos porres e brisas e calmarias que não vinham de poesia, sentado nessas cadeiras de bar vermelhas ou de madeira, com um copo sujo na mão desses americanos com a cerveja mais barata da casa, de cabelo desgrenhado barba mal feita e banho da noite anterior. Pra fazer jus a sua fama de pensador, o jovem contemporâneo pensa calado discreto, analisa o copo já vazio nas mãos e a sede pelo amargor gelado da cerveja barata. A noite está tão bonita, pensa ele, olhando agora pro céu azulado cheio de pontinhos luminosos. Pensando em sua contemporaneidade discuti com si mesmo sobre a passagem do ônibus que anda cara demais pra encarar. Pensa em fazer manifestação. Pensa melhor. Prefere continuar andando a pé, justificando pra si mesmo o quão é importante não poluir o meio ambiente e afirmando que andar faz bem e faz dos olhos mais atentos. A mesa rodeada de amigos feitos na mesma noite, outros jovens pensadores contemporâneos com barba por fazer. Ele continua a vagar pelo vazio de sua mente acalmada pelo que não é poesia. Meio a sua desatenção, encontra em aleatório, uma boca, num rosto branco, marcada de um batom vermelho sangue que prendeu a atenção dos teus olhos e do teu sexo, no momento, nada poético. Lento e sonolento ele chega até o outro lado do bar. Olhares se encontram. Sem nada dizer, ele, o pensador jovem contemporâneo, borra o batom vermelho daquele rosto branco. Mais uma viagem na noite. Dez minutos de pensamentos contemporâneos roupas e cabelos bagunçados. Sem pressa, o pensador volta pra sua mesa e pra cadeira de bar vermelha ou de madeira e toma mais um copo da cerveja mais barata da casa, deixa uns trocados pros amigos e se vai. Aqui chega ao fim, a história de um jovem pensador contemporâneo que vive em contradição com o mundo, mas que não perde a chance de tornar poesia seus sentimentos banais carnais, e em qualquer época, contemporâneos.
17 de julho de 2014
Viagens de um jovem pensador contemporâneo
E aqui começa a história de um jovem pensador contemporâneo que vive em contradição com o mundo. Seu cenário não é a universidade, mas um bar universitário, onde cerveja é a preço de banana, onde os cabelos as barbas e os batons se encontram, onde o pensador contemporâneo encontra palco pra expor seus ideais visionários e inéditos naquele dia da semana, uma terça-feira fresca e estrelada. Jovem, pensador e contemporâneo, que já viveu uns tantos porres e brisas e calmarias que não vinham de poesia, sentado nessas cadeiras de bar vermelhas ou de madeira, com um copo sujo na mão desses americanos com a cerveja mais barata da casa, de cabelo desgrenhado barba mal feita e banho da noite anterior. Pra fazer jus a sua fama de pensador, o jovem contemporâneo pensa calado discreto, analisa o copo já vazio nas mãos e a sede pelo amargor gelado da cerveja barata. A noite está tão bonita, pensa ele, olhando agora pro céu azulado cheio de pontinhos luminosos. Pensando em sua contemporaneidade discuti com si mesmo sobre a passagem do ônibus que anda cara demais pra encarar. Pensa em fazer manifestação. Pensa melhor. Prefere continuar andando a pé, justificando pra si mesmo o quão é importante não poluir o meio ambiente e afirmando que andar faz bem e faz dos olhos mais atentos. A mesa rodeada de amigos feitos na mesma noite, outros jovens pensadores contemporâneos com barba por fazer. Ele continua a vagar pelo vazio de sua mente acalmada pelo que não é poesia. Meio a sua desatenção, encontra em aleatório, uma boca, num rosto branco, marcada de um batom vermelho sangue que prendeu a atenção dos teus olhos e do teu sexo, no momento, nada poético. Lento e sonolento ele chega até o outro lado do bar. Olhares se encontram. Sem nada dizer, ele, o pensador jovem contemporâneo, borra o batom vermelho daquele rosto branco. Mais uma viagem na noite. Dez minutos de pensamentos contemporâneos roupas e cabelos bagunçados. Sem pressa, o pensador volta pra sua mesa e pra cadeira de bar vermelha ou de madeira e toma mais um copo da cerveja mais barata da casa, deixa uns trocados pros amigos e se vai. Aqui chega ao fim, a história de um jovem pensador contemporâneo que vive em contradição com o mundo, mas que não perde a chance de tornar poesia seus sentimentos banais carnais, e em qualquer época, contemporâneos.