17 de setembro de 2013

Amor é escrever escondido na hora do serviço

A enorme preguiça que sinto é sinônimo da desvantagem que levo diante dos teus olhos clinicamente poéticos e de suas mãos ligeiras que escrevem sem caneta nem papel. Mas meu caro, isso não se trata de uma competição de versos decassílabos que sequer aprendi a contar. Esses versos distribuídos em prosa, quase sem vírgulas propositalmente, tratam do ser meloso que vive em mim e que aflora enquanto a chuva cai lá fora. Eu tenho saudade do escrever, tenho saudade dos versinhos rimados. Mas o tempo passou, as influências mudaram e se tornaram maduras, é claro, não o suficiente pra me fazer esquecer do que é bom, bom pra mim, pra minh'alma cheia de mimimi's e amores e desilusões e sonhos doces de menina frágil. As influências me fizeram pensar, repensar, e pensar de novo. O que falta é agir. Tenho dificuldade com isso. Planejar já não é bastante pras coisas acontecerem? A gente tem mesmo que colocar a cara pra bater? Eu não tenho medo do amor. Eu amo sem limites, as coisas os homens as flores e o Sol, linda circunferência achatada que me traz luz e ânimo pra viver. O meu problema realmente sempre foi agir, não digo no âmbito profissional, amigável, na família, digo no amor. Mas repito, não tenho medo do amor. Talvez tenha medo de entregar minha aptidão a amar. Nós somos cruéis, nós homens mulheres amantes e sedentos pela paixão que incendeia e pelo amor que afaga. Diferente da poesia, essa sede sobre o amor parece competição. Não quero competir, não devíamos competir, meus caros, amor é poesia! Amor é escrever escondido na hora do serviço, amor é meio a vozes agudas ouvir apenas o barulho doce da chuva, amor é o que sinto sempre, o que me falta é agir, o que falta é paixão, não pela vida não pela poesia, mas é o que falta.