Já não é a primeira vez que tento voltar a escrever aqui. Já não é a primeira vez com que me deparo com um bloqueio continental, que me impossibilita de descobrir cada vez mais. Mas agora, tomei uma decisão. Ou escrevo, ou desatino em um mar de sentimentos densos e insanos, que os eu - líricos do meu ser insistem em criar. É, acho que vou (tentar) escrever.
Digo escrever, não pelo simples fato de jogar palavras em uma folha branca ou usada, ou então, digitar milhares de sentimentos codificados em uma janela do Word. Digo escrever com o intuito de deleitar uma alma cheia de emoções que querem sair e descobrir um mundo que as aceite ou não. Já não lhes importa as respostas do mundo. Elas, as emoções, querem sair. Querer voar. Se aventurar.
Ah, se eu pudesse, somente com um olhar, derramar nessa esfera todos meus desejos e anseios. Mas preciso de mais. Preciso de algo mais concreto, do que um olhar que cega corações. Preciso das palavras.
É triste de repente deparar-se com orações fugitivas, que não se juntam, e que não querem unir-se uma as outras. Elas não queriam formar textos. Estiveram egoístas; com elas mesmas, e comigo - pobre coração sem paixão, nem fulgor. Parece-me que agora tudo mudou. Ou simplesmente, voltou ao seu estado original e natural. Minh'alma e as palavras. Juntas, ocupando um só espaço. Tornando-se homogêneas como a água límpida. É, parece que finalmente estou tornando-me mais eu. Parece-me que, finalmente, estou começando a conjugar o verbo descobrir.