16 de outubro de 2010

Pra te contrariar

Eu não preciso ser o que me empunham para, de repente, ser alguém. Não quero ter ou estar, dentro daquele antigo padrão, aquele ao qual, você faz parte querida. Não quero usar o salto da moda. Ou a bolsa que combina com a cor do esmalte. Não preciso ter o cabelo chapado, ou alisado. Não quero ser assim. Como você.
Dependente. Inconsciente.
Quero libertar-me cada dia mais dessa massa. Dessa forma. Desse jeito certinho de ser.
Quero usar o sapato velho. Quero andar descalça. Liberta. Cheia de amor pra dar.
Quero viver assim, como o vento. Solto. Oportuno.
Meu estado me permite fazer isso. Já não me importo com a tua opinião. A minha já está formada. Não a mudo por modinhas ou sugestões tolas. Penso no futuro. No passado. E principalmente no agora.
Agora vou ser diferente. Agora vou seguir as regras e as vontades do meu coração. Vou construir carreira, estudar, viajar. Viajar com a música que toca, com a batida que insiste em me alucinar.
Quero ficar frente ao pôr-do-sol. Quero filosofar. Amar. Viver. Beber muita água. Quero nascer de novo a cada dia.
Definitivamente não preciso dessa sua forma certinha de governar sua medíocre vida. Terei o cabelo diferente. Usarei uma roupa fora de moda. Discutirei política com os quatro ventos. Prestarei o vestibular em uma universidade pública, taxada de centro de loucos. Curtirei o que os desleixados curtem. Viverei. Serei. Diferente. Somente pra te contrariar, humana e preconceituosa, sociedade.