13 de setembro de 2010

Na janela

“De repente Juana já estava à beira da janela a examinar se o tempo estava bom. Ela que nunca ligava se vinha sol ou chuva, hoje observava, preocupava-se. Há tempos, preocupava-se com muita coisa. Há algum tempo, deu de examinar o terreno; observar seu próprio temperamento. Juana ali estava apoiada a velha persiana que nunca mais fora pintada desde a construção daquela casa. Lá estava ela preocupada, atenta, a espera de um dia melhor, ansiosa por um tempo bom; diferente; úmido e caloroso ao mesmo tempo.”

Talvez hoje me sinta assim, como Juana. Estou preocupada com o tempo e com o meu próprio terreno. Sinto-me como se estivesse parada, extasiada, inerte a uma persiana velha. Preocupo-me com o tempo que passa, com as mudanças que não param de acontecer. Estou realmente preocupada, com o “daqui pra frente”, e principalmente, com o agora.
É, espero um tempo bom. Úmido e caloroso. Preciso desligar-me do passado e até mesmo do presente que simplesmente não faz diferença. Enfim, preciso de um tempo bom e de algo ou alguém, que quede comigo a esperá-lo à beira de uma janela. Preciso.